quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Brincadeira inocente

Na escola, numa sala de aula de 5a série, a professora conjuga com a turma o verbo entender. No início todos compartilham as respostas, depois uma brincadeira é sugerida e as crianças adoram. Um jogo anima a classe e faz com que todos participem.

A diversidade está por todos os lados e a escola é o primeiro ambiente real de sociedade para a criança. Existem, num mesmo espaço tantas pessoinhas diferentes.

O jogo começa e aquela garotinha tímida fala a resposta correta baixinho. Uma outra, tida como a espertinha, repete em voz alta e todos acreditam que ela é a mais inteligente. Tem também o menino introvertido que prefere escrever num papelzinho, ou fazer sinais da resposta para o colega. Assim, quem sabe, na hora do recreio o futebol possa ser de todos. Isso porque a garotada amigos, mas sabem ser seletivos até para compartilhar um divertimento. Uma troca, jogo de interesses num mundo ainda tão pequeno.

Então, o que deveria ser uma atividade saudável se transforma numa competição cruel. Logo alguns liderezinhos se destacam. Essas crianças começam a se comportar como poderosos e chegam a humilhar os colegas.

Será assim que se forma uma sociedade individualista, arrogante e sem compaixão? Algumas crianças conseguem quando adultas continuar jogando e usam as regras em todos os aspectos da vida.

Imagino que dessa maneira é que surgem os puxa-tapetes, as chefes arrogantes, os fura-filas, os caloteiros, os mau-caráteres. Que pena!


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