quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Justiça não é benefício

Fiquei sabendo, pelo rádio, que as 23 mil mulheres presas no país (imaginei que esse número fosse maior - pode até ser mesmo. As estatísticas camuflam muita coisa!) terão os seus processos revistos.

De acordo com a notícia, estima-se que entre 8 e 9 mil presas podem se beneficiar com a revisão, porque: ou já teriam cumprido suas penas e estariam livres ou em regime semi-aberto.

Confesso que não entendi 'podem se beneficiar'. A justiça quando é feita é um benefício? Não é um direito conquistado?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Parto anônimo

No jornal que, quase todos os dias, recebo no trânsito, li uma matéria sobre o parto anônimo. É uma proposta do Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDAFAM), de Pernambuco, que pretende reduzir o número de abortos e de abandono de recém-nascidos.

A idéia é que a gestante, que não tem intenção de ficar com o filho, possa fazer o pré-natal e o parto sem se identificar. Dessa forma, após 30 dias de nascimento, o bebê seria entregue para a adoção. Ou ainda, se a gestante preferir, ela, também sem se identificar, possa deixar o bebê em locais especiais mantidos na entrada de hospitais ou de postos de saúde.

Isso me faz lembrar 'roda dos expostos' ou 'roda dos enjeitados', termos que ouvi nas aulas de história.

Esse projeto, mesmo que seja aprovado pelo Congresso, deve vir acompanhado de uma campanha que faça as pessoas gerarem filhos feitos de amor. Assim, não seriam apenas crianças, frutos de relacionamentos imaturos e de atos inconseqüentes.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Indignação que deveria ser de todos

Indignação. Esse é o um sentimento constante em qualquer pessoa que, como eu, vê a solução para tantos problemas simples.

Essa indignação se une à impotência diante das barreiras de uma sociedade que não se entende, não se vê como única, por isso não se ajuda.

Não compreendo, por exemplo, como a sociedade pode se revoltar tanto com a violência das ruas e, ao mesmo tempo, aceitar com tanta naturalidade a violência constante nos lares.

Há um abismo, para a sociedade, entre o marginal das ruas e a criança que sofre maus-tratos em casa. É equivocado acreditar que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Basta pensar que a família é a base de todo desenvolvimento da criança. São os exemplos da vida em família que a criança vai levar para sua vida na sociedade.

Pais e mães de qualquer classe social fingem desconhecer outra maneira de educar senão a de usar a força. Sejam eles moradores de favelas, bairros populares ou ainda condomínios de luxo.

As famílias criam seus filhos reproduzindo os métodos educativos utilizados pelos seus pais, avós... Nunca pararam para refletir se o que fazem é realmente a melhor forma de preparar as crianças para o futuro.

É lamentável que a sociedade seja conivente com as agressões de pais contra filhos e não se dê conta da relação direta que existe entre violência doméstica e social.

As crianças são expostas a um modelo de educação que substima a sua inteligência e as coloca num patamar de fracos. A preguiça dos pais faz com que a força seja a maneira mais eficiente de 'educar'. Nem se pensa em outros métodos, como o diálogo franco, honesto e paciente.

Elas ficam submissas ao poder do mais forte e crescem acreditando e repetindo o modelo que receberam. Quando adulto, esse não vai colaborar para uma sociedade digna de progresso, mas sim para um mundo atribulado e imerso em conflitos.

A discussão sobre o assunto abordado é de vital importância para o fim da hipocrisia existente na sociedade.

Acredito na força da informação, na mobilização para o bem.